Dia Internacional das Pessoas com Deficiência
O Dia Internacional das Pessoas com Deficiência assinala-se anualmente a 3 de dezembro.
Esta data é assinalada
desde 1998, ano em que a Organização das Nações Unidas avançou com a convenção
sobre os direitos das pessoas com
deficiência, a qual, em 2006, viria a ser adotada pela Assembleia Geral da ONU.
A data tem como principal objetivo promover uma
maior compreensão dos assuntos relativos à deficiência e a mobilização para a
defesa da dignidade, dos direitos e do bem-estar destas pessoas.
Embora a legislação portuguesa neste domínio seja positiva e
promotora dos direitos das pessoas com
deficiência, a falta de eficácia na aplicação da mesma traduz-se em enormes
dificuldades no dia a dia destes cidadãos. Inexistência
de rampas em edifícios novos, dado não serem respeitadas as normas de
construção, serviços públicos e outro
tipo de equipamentos de prestação de serviços com barreiras arquitectónicas
intransponíveis, como é o caso, por exemplo, dos transportes e das caixas
Multibanco, a que os cidadãos com deficiência, muitas vezes, só conseguem aceder
com ajuda de terceiros, são alguns dos problemas.
Em tempos de crise económica, o cenário também
não é favorável ao nível dos apoios sociais do Estado. De acordo com um estudo
europeu da responsabilidade do Consórcio Europeu de Fundações para os Direitos
Humanos e a Deficiência, em matéria de serviços sociais, “os apoios para os
serviços de intervenção precoce da Segurança Social sofreram uma redução entre
160 euros e 240 euros por criança”. Para além disso, “o financiamento da Rede
Nacional de Cuidados Continuados Integrados sofreu um abrandamento desde 2008,
com uma redução de 30% nos fundos a ela destinados”, acrescentando ainda o
relatório que as listas de espera nesta área “aumentam diariamente”.
O Estudo de avaliação do impacto dos planos de
austeridade dos Governos europeus sobre os direitos das pessoas com deficiência, apresentado no passado
mês de novembro na Fundação Calouste Gulbenkian, mostra que, em Portugal, a taxa
de risco de pobreza das pessoas com deficiência é 25% superior à das pessoas sem qualquer deficiência. Situação semelhante,
aliás, à que existe em países tão diversos como a Bulgária, Estónia,
Eslováquia, Lituânia, Espanha, Grécia, Finlândia e Reino Unido.
Ainda segundo este estudo, há uma tendência “para que as pessoas
com deficiência sejam contratadas a prazo, recebam
salários mais baixos e, consequentemente, tenham uma maior insegurança
económica”. Em Portugal, o número de horas de formação profissional para
pessoas com deficiência teve um corte de 50% e os salários subsidiados pelo
Estado para pessoas com deficiência foram eliminados”, conclui o relatório.
Na União Europeia, mais de uma em cada
cinco pessoas com deficiência encontram-se em risco de pobreza (21%), enquanto na generalidade das pessoas
sem deficiência o risco de pobreza é 14,9%.
Fonte: Público
Postado por: Manuel José Sargaço
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